A grande imprensa adverte
Todos sabem que a mídia ajudou a manter Dilma, quando Aécio se assanhou e pediu eleições. Mas, logo, logo, a mídia pedia um novo governo e uma política mais dura. Agora, quando a crise novamente avança e o príncipe herdeiro se choca com a rainha-mãe, e quando a banca faz os últimso esforços para ganhar sem muitos tiscos, a grande imprensa pressiona claramente:
Diz o editorial da Folha de 2 de setembro:
"A falência do governo está declarada sem meias palavras; terá de ser confrontada pelo sistema político e pela sociedade. A presidente Dilma Rousseff, porém, demonstra não ter diagnóstico claro do problema e muito menos sugestão de tratamento para resolvê-lo.
Incapaz de oferecer solução, pensa que pode se desvencilhar do aperto transferindo ao Congresso uma responsabilidade que é sua –no que erra mais uma vez".
Diz o editorial do Valor de 4 de setembro:
"O governo continua a se mover para mais perto do abismo. Nos últimos dias o dólar ganhou dinamismo próprio e o alento às cotações vem das cogitações a céu aberto de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que conta com a confiança dos mercados, pode deixar o governo.
O afastamento da ameaça imediata do impeachment e a pressões decorrentes da piora contínua da economia podem ter mudado as intenções da presidente. Mal iniciado o ajuste mal iniciado, a meta fiscal foi de novo abandonada, um tributo ruim como a CPMF foi retirado da cartola para tapar os rombos e voltou logo para a gaveta diante do repúdio geral, até aparecer o inédito Orçamento com déficit e mais despesas, Bancos oficiais voltaram a apoiar setores escolhidos da economia- prática que Levy criticara - e a ideia da necessidade de políticas anticíclicas voltaram a frequentar o Planalto.
Os indícios de que as ideias de Levy estão sendo abandonadas foram claramente vistos fora de Brasília. Outra percepção, que reforça a importância de Levy no governo, é a de que não há outra opção de política saudável disponível no governo. Com o agravamento da crise econômica, a forte deterioração da dívida pública e um cenário externo turbulento, o risco da saída de Levy é o de ter um governo sem rumo, empurrando o país de volta à instabilidade econômica, que se imaginava sepultada para sempre".
Não há, diz o Valor em seu editorial, opção de política saudável disponível no governo. A sorte está lançada?