Crise econômica se agrava
A crise das empresas
Matéria do Valor de 2 de setembro diz que as empresas de capital aberto perdem rentabilidade e uma grande parte está lurando abaixo do que rende uma aplicação em renda fixa. Apenas um terço das companhias abertas brasileiras deu retorno contábil aos seus acionistas acima da rentabilidade da renda fixa, conforme levantamento feito pelo Valor com base em dados do Valor Empresas. Esse percentual de empresas com rentabilidade acima do mínimo desejável para uma companhia - que é superar o retomo da renda fixa - tende a cair nos próximos trimestres. Seja porque a economia segue fraca e a inflação elevada, pressionando as margens, seja porque a Selic já está em 14,25% ao ano e deve ficar neste nível por um bom tempo.
Não é automático, mas uma parte pelo menos dos empresários, vai investir no financeiro e não na produção, agravando o quadro recessivo.
E a indústria cai
Os dados apresentados pela Folha em 2 de setembro mostram a surpreendente queda da indústria. Chama a atenção que alimentos puxam a queda, mostrando a crise atingindo duramente o andar de baixo.
Com a economia mergulhada em recessão, a produção da indústria brasileira teve forte queda de 1,5% na passagem de junho para julho, na taxa livre das influências sazonais (como a diferença dos dias úteis do mês).
O resultado foi influenciado principalmente pelos produtos alimentícios, com queda de 6,2% em julho frente ao mês imediatamente anterior (veja mais abaixo).
Economistas consultados pela Bloomberg previam queda de apenas 0,1% na comparação com junho e de 6,3% frente ao mesmo mês do ano passado.
Foi o segundo queda consecutiva da produção industrial e a mais intensa desde dezembro do ano passado (-1,8%). Em junho, o indicador havia registrado uma baixa de 0,9% pelo dado revisado.
Cai o poder de compra da população
No Valor, Rodrigo Baggi, Rafael Bacciotti e João Morais escrevem que a taxa de desemprego a alcançar quase 8% no fim do ano e fazer com que a renda média real efetiva caia 4,4% em 2015.
No cálculo sobre o poder de compra da população, haverá retração de é de 7% a 8% neste ano, e as projeções indicam novo recuo em 2016.