Salário real da Indústria cai pela primeira vez em onze anos. Desemprego aumenta. A crise econômica
Matéria do Valor Econômico aponta que a Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e Salários (Pimes), divulgada pelo IBGE, mostra que pela primeira vez em onze anos o salário real médio pago ao trabalhador da Indústria está menor no acumulado em 12 meses. A queda entre agosto de 2014 e agosto de 2015 foi de 5,1%.
Já em relação ao emprego no setor industrial, a queda entre janeiro e agosto deste ano foi de 5,6%. No acumulado de 12 meses, essa taxa é de 6,9%. A Fiesp estima que em 2015, 250 mil trabalhadores do setor industrial serão demitidos em São Paulo, o que representa 10% da força de trabalho da Indústria paulista.
Nas principais regiões metropolitanas do país, segundo o IBGE, o desemprego alcançou 7,6% em setembro, 2,7 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano passado. Estudos do Ibre/FGV indicam que entre 2014 e 2016 4,7 milhões de pessoas terão perdido seus empregos. No final do ano que vem, o Brasil deve atingir a marca de 11,4 milhões de desempregados. Atualmente, pela Pnad contínua, este contingente é de 8,6 milhões de pessoas. Analistas estimam que no terceiro trimestre de 2016 a taxa de desemprego deve se aproximar dos 10%, dobrando aquela registrada em 2014.
A queda no salário real e o aumento do desemprego puxam pra baixo o consumo das famílias. Segundo a Serasa Experian, em agosto deste ano o recuo foi de 4,8% em relação ao mesmo mês de 2014. No segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, a queda foi de 2,1% segundo o IBGE.
A recessão afeta ainda a arrecadação do Governo, e agrava o desequilíbrio das contas públicas. A queda da arrecadação federal em setembro foi de 4,12% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com a frustração das receitas previstas na Lei Orçamentária, o Governo será forçado a rever a meta fiscal deste ano, e o déficit primário pode chegar a R$ 70 bilhões, agravado pela necessidade de o Governo zerar as “pedaladas”, por indicação do TCU.
Em palestra no Instituto Lula, o Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que uma recuperação sustentada do investimento no país exige um cenário menos incerto do que o atual. Resta saber se haverá cenário menos incerto enquanto Dilma, líder de um Governo que não consegue mais governar, estiver sentada na cadeira de Presidente.