Dilma faz gol de honra. À beira do campo, Michel Temer aquece e tenta se mostrar pronto para entrar.
Dilma faz seu gol de honra e exonera general falastrão
Em nosso último boletim, falamos sobre as declarações de comandantes militares imiscuindo-se em assuntos da política interna, dizendo-se prontos para desempenhar um papel de liderança caso a crise política não se resolva. Atitudes inadmissíveis em uma democracia.
Nesta sexta, os jornais noticiaram que o Ministério da Defesa exonerou do Comando Militar do Sul o General Antônio Mourão, por suas declarações e por defender homenagem póstuma ao Coronel Carlos Brilhante Ulstra, chefe do DOI-Codi durante a ditadura militar.
Segundo o noticiário, o General Mourão foi transferido para um cargo burocrático do Exército em Brasília.
Deveria ter sido posto na reserva, mas, dada a inércia atual do Governo, o fato de ter perdido o posto de comando já é bastante positivo. Um gol a favor de Dilma, ainda que seja o de honra em meio à goleada. Ao menos o placar não está mais no 7 a 0.
PMDB de Temer lança programa "a la" Levy e tenta se mostrar pronto para assumir
Na última quinta-feira, o PMDB lançou no Palácio Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, seu programa econômico para o Brasil. No geral, defendeu tudo o que é defendido pelo Ministro Levy, com exceção da CPMF. Muitas das medidas propostas também fazem parte do programa apresentado pelo ex-presidente do Banco Central tucano, e virtual Ministro da Fazenda de Aécio, Armínio Fraga.
Com o programa, o PMDB de Temer claramente acena para os agentes econômicos, querendo se mostrar pronto para assumir o Governo em caso de impeachment ou renúncia de Dilma. Isso fica explícito quando o documento afirma que chegou a hora da verdade, e que é necessária a formação de uma maioria política, “ainda que transitória ou circunstancial”.
Ao defender o mesmo programa defendido por Levy, fica no ar uma pergunta: por que o PMDB então não vota o ajuste fiscal defendido pelo Ministro?
Para responder a essa pergunta, uma dica é olhar o nível de degradação política e falta de projetos nacionais que campeia em nosso mundo institucional.