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Comunidade escolar do município do Rio se mobiliza contra projeto de reestruturação

Na última segunda-feira, professores e pais de alunos da rede municipal do Rio de Janeiro estiveram na Prefeitura para protestar contra a reestruturação das escolas promovida pela Secretaria Municipal de Educação.


O projeto da Prefeitura prevê a reorganização dos ciclos escolares, e escolas com um único ciclo (algo semelhante ao que está sendo feito pelo Governador Geraldo Alckmin em São Paulo, e que provocou a reação dos estudantes e a ocupação por estes de mais de uma centena de unidades escolares naquele estado). Para tanto, será necessária a realocação de professores e alunos. E isso terá consequências como: a transferência de professores que já trabalham há muito tempo em determinado colégio e conhecem a realidade local; a separação de irmãos mais velhos e mais novos em escolas diferentes, prejudicando o cotidiano das famílias, já que muitas vezes é o irmão mais velho que leva o irmão mais novo para a escola, já que os pais precisam trabalhar; e a alocação de estudantes moradores de uma comunidade controlada por uma facção de traficantes em escolas situadas em comunidades controladas por facção rival, aumentando os episódios de violência na escola e em seu entrono, e ampliando a evasão escolar.


A coordenadora do Sepe (Sindicato dos Profissionais de Educação do estado do Rio de Janeiro), Dorotéa Frota, que está na linha de frente do combate a essa reestruturação, reclama que a prefeitura implemente o projeto sem dialogar com a comunidade escolar, ressaltando que o processo ocorre a toque de caixa no final do ano letivo, e já leva a que alguns pais não mandem mais seus filhos para a escola.


Segundo Dorotéa, a pressão do sindicato e da comunidade escolar conseguiu fazer com que o Ministério Público realizasse uma audiência pública e um estudo sobre o tema. E também o agendamento de uma reunião para esta quinta-feira com representantes da Prefeitura. Na quarta-feira, haverá uma assembléia extraordinária dos professores da rede municipal, para definir os próximos passos da mobilização.


Que reformas educacionais e reorganização escolar são necessárias, ninguém duvida. Mas quando elas são feitas a partir de mentes tecnocráticas, sem o envolvimento da comunidade de pais, alunos e professores, as consequências são o adensamento dos problemas e a reação por parte dos atingidos. É isso o que já ocorre em São Paulo. É isso que está acontecendo também no município do Rio de Janeiro.


A Ação Crítica se solidariza e apóia a luta da comunidade escolar.





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