Indústria recua sete anos. Ajuste de Dilma e Levy fracassou.

De acordo com dados do IBGE, a produção industrial brasileira recuou ao patamar de sete anos atrás em novembro de 2015. Já a fabricação de máquinas teve queda de 31,2% naquele mês, em relação ao mesmo mês do ano de 2014, e 25% no ano. A fabricação de máquinas é um importante indicador sobre as perspectivas da indústria, e esses números mostram que a recuperação em curto prazo será muito difícil.

É ato de ignorância ou má fé atribuir ao ex-Ministro Joaquim Levy toda a responsabilidade pela recessão em que o país está metido. As estatísticas mostram que o recuo do tamanho da economia brasileira começou já no segundo trimestre de 2014. Antes, portanto, de Dilma ser reeleita e nomear Levy para a Fazenda. A responsabilidade pela entrada do país em recessão é de Dilma ainda em seu primeiro mandato.

Mas o que o desempenho da indústria brasileira em 2015 mostra é que o tipo de ajuste fiscal receitado por Joaquim Levy e defendido pelos economistas das grandes instituições financeiras não funcionou. E, mais do que isso, agravou o quadro recessivo, impactando diretamente e de forma negativa na capacidade arrecadatória do Governo. O remédio, em vez de curar, levou o paciente para a UTI.

O ajuste da economia e das contas públicas que não mate o paciente e permita o país sair da recessão passa pela melhor distribuição da conta entre extratos sociais, com aumento da taxação dos setores mais ricos (na renda e no patrimônio) e diminuição dos impostos indiretos, que fazem os mais pobres pagarem proporcionalmente muito mais. Além de um programa de investimentos estratégicos do Estado direcionado para setores com capacidade de impulsionar cadeias produtivas de alto valor agregado, como o setor aeroespacial e o de geração de energia alternativa.

Acenar apenas com a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, além de concessão de crédito sem direcionamento para setores estratégicos de desenvolvimento, como o Governo faz agora, não nos tirará do buraco em que a Dilma nos meteu, e apenas aprofundará – via redução da renda do trabalho - o processo de reconcentração de renda em que já estamos entrando.