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Reforma da Previdência sem Reforma Tributária: Dilma dá no cravo, mas não dá na ferradura

Segundo o Ministro Jaques Wagner, a Presidente Dilma quer deixar de legado para o país a conclusão da Reforma da Previdência. Ainda não há uma proposta concreta, mas entre as medidas aventadas estariam a adoção de uma idade mínima obrigatória de 65 anos e a unificação de regras e regimes previdenciários até 2040, colocando em um mesmo sistema trabalhadores urbanos, rurais, servidores públicos civis e militares, e acabando com a diferenciação de idade entre homens e mulheres.


Concordamos com essas medidas. As atuais regras são insustentáveis a médio e longo prazos, e o aumento ano a ano do percentual do PIB gasto com os benefícios previdenciários restringe cada vez mais o espaço fiscal e a capacidade de investimento do Estado. Acreditamos, inclusive, que o tempo de transição aventado até aqui pelo Governo parece ser mais longo do que o recomendável.


O grande problema, porém, é o Governo Dilma querer deixar apenas esse legado para o país. E a reforma tributária, que reverta a escandalosa regressividade de nosso sistema de impostos, onde os mais pobres e a classe média gastam uma proporção muito maior de sua renda com tributos do que os mais ricos? Nisso a Dilma não vai mexer?


Ao se concentrar apenas na reforma da previdência, Dilma mais uma vez cobra somente dos trabalhadores a conta da crise fiscal do Estado, isentando os mais ricos de também pagarem a sua cota. Dá no cravo que fere, sem a compensação de dar também na ferradura.



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