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Governo Temer: um mês de instabilidade sem fim. Eleições gerais são a saída

O governo interino de Michel Temer completará um mês no próximo domingo, e já deu mostras de que não terá condições de livrar o país da crise e da instabilidade.


Já nos primeiros dias de governo, Temer foi forçado a se desfazer de seu Ministro do Planejamento, Romero Jucá, apanhado em gravações operando para “estancar a sangria” da Operação Lava-Jato. Pouco depois, também flagrado nos áudios produzidos pelo ex-presidente da Transpetro e delator premiado, Sérgio Machado, foi a vez do Ministro da Transparência, Fabiano Silveira, apadrinhado de Renan Calheiros, para quem deu conselhos de como se livrar das investigações.


E a cada nova revelação da Lava-Jato, o cerco se fecha contra outros integrantes do governo. O Ministro de Turismo, Henrique Eduardo Alves, aliado de Temer no PMDB, foi denunciado pelo Procurador Geral da República como receptor de recursos desviados da Petrobras. Mas, até aqui, a este o presidente interino garantiu a sobrevivência.


A montagem do Ministério também teve seus vai-não-vais. O prometido primeiro escalão de “notáveis” não saiu do papel, e prevaleceram as indicações de partidos e bancadas. A fusão anunciada do Ministério da Educação com o da Cultura foi abandonada após as manifestações contrárias de artistas e produtores culturais.


Mesmo a política econômica, principal cartão postal de Temer, com sua equipe de medalhões, apresenta suas dubiedades. Em meio a um prometido rigor fiscal, o Governo operou por aumento bilionário na folha de pagamentos. Especulou-se que o pretensamente todo-poderoso Henrique Meirelles, a quem caberia a decisão sobre qualquer assunto relacionado a gastos e receitas, não teria sido consultado sobre a medida, o que foi negado em nota. Agora, pelo que noticia a imprensa, o governo mais uma vez recuou em parte do pacote de aumentos e de criação de novos cargos.


Temer sabe que é um presidente impopular e sem legitimidade. Por isso, titubeia e não consegue esconder os sinais de fraqueza. E a instabilidade tende a se agravar com a conjunção de dois fatores: a assinatura do acordo de delação premiada dos executivos da Odebrecht e da OAS, e o fim do período do seguro-desemprego de milhões de trabalhadores que ficaram desempregados nos primeiros meses do ano. Agora mesmo, enquanto redigíamos esta nota, o Procurador Geral da República pediu a prisão de quatro caciques do PMDB de Temer: Sarney, Renan, Jucá e Cunha.


Nesse cenário caótico, tem razão o ex-Ministro do STF, Joaquim Barbosa, quando diz que não há saída para a crise brasileira sem a realização de novas eleições presidenciais ainda este ano. Nós, da Ação Críitca, acrescentamos: novas eleições não só para a Presidência, mas também para o Congresso Nacional, na mira da “metralhadora ponto cem” das delações premiadas que vêm por aí, a começar pelos presidentes (sendo um afastado) das duas casas parlamentares.



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