Distritão: tudo que é ruim pode piorar
Segundo o noticiário político da última semana, avançam no Congresso Nacional as tratativas para a aprovação do chamado sistema “Distritão” na eleição dos parlamentares em 2018.
Se nossa representação política hoje na Câmara dos Deputados já é uma tragédia, tende a piorar se for adotado esse novo sistema. Na prática, ele transforma a eleição para a Câmara, que é proporcional, em uma eleição majoritária. São eleitas as candidaturas individuais mais votadas em todo o estado. Com isso, aumentam ainda mais as chances daquelas candidaturas que têm mais grana, e diminuem as chances de serem eleitos representantes dos setores menos abastados, e de causas específicas, que correm o risco de ficar sem representação.
Com o Distritão, periga acontecer o que pareceria impossível: o próximo Congresso ser pior do que o atual.
Por falar em piorar...
Os repasses que o Governo da Noruega faz para um fundo de preservação da Amazônia vão diminuir em virtude do avanço no desmatamento da floresta, iniciado no Governo Dilma e continuado no Governo Temer.
Na última quinta-feira, a jornalista Miriam Leitão, do Globo, mostrou em sua coluna como a simples proposição por Temer de Medida Provisória que reduzia área de proteção da floresta fez com que houvesse uma corrida de grileiros, gerando mais desmatamento. Mesmo Temer voltando atrás e desistindo da MP, parte do estrago já estava feita. Até porque ela serviu para fortalecer a reivindicação da bancada ruralista no Congresso.
Agora, imaginem uma bancada ruralista fortalecida com o Distritão?
A recessão passando na janela e só o Ilan não viu
O presidente do Banco Central argumentou que a queda recente da inflação comprovou que os juros altos são sim o remédio apropriado para combater a alta dos preços. Nessa afirmação, está implícita uma resposta à tese recentemente defendida por André Lara Resende de que, em casos como o do Brasil, e mesmo em outras experiências recentes no mundo, a política monetária pode ter efeito oposto àquela defendida pela ortodoxia econômica (mais juros igual a menos inflação).
Sem se esquivar do debate, o próprio Lara Resende respondeu: e quem disse que foram os juros que derrubaram a inflação?
Pois é, o país atravessando três anos de uma recessão profunda, e o Ilan vem dizer que foram os juros que derrubaram os preços...
Educação cristalizando as desigualdades sociais
O colunista de educação do Globo, Antonio Gois, revelou na última semana estudo que mostra que, num mesmo colégio, no Brasil, alunos mais pobres tendem a estudar com professores menos experientes. E sofrem também com a maior rotatividade de professores. Isso acontece porque os professores mais experientes em geral recebem a prerrogativa de escolher primeiro as turmas em que vão lecionar, e escolhem aquelas que consideram “menos problemáticas”.
Um projeto pedagógico preocupado em não cristalizar as desigualdades sociais deveria proporcionar aos mais pobres a possibilidade de estudar com os professores mais preparados.
1% das pessoas detêm 45% da riqueza mundial
Segundo relatório do Boston Consulting Group, os milionários representam apenas 1% da população mundial, mas detém 45% da riqueza do planeta. Ainda segundo o relatório, metade da nova riqueza do mundo vem dos ativos financeiros, o que ajuda a explicar a concentração da riqueza. Os dados falam escandalosamente por si só.