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Investimento ladeira abaixo, déficit público ladeira acima

Investimento ladeira abaixo


O Globo mostrou na última semana que, segundo levantamento feito por técnicos do IPEA e pelo economista Manoel Pires do Ibre/FGV, a taxa de investimento do Governo Federal este ano deverá ficar em 0,3% do PIB, o menor desde 2003. Nos últimos dias, o Governo ainda contingenciou R$ 7,5 bilhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ou seja, mais um corte nos investimentos.


Aumento no imposto pra gasolina e corte brutal nos investimentos públicos. Desse jeito, o Brasil só vai sair da crise nos contos de carochinha do Temer mesmo.


Déficit público ladeira acima

Crise econômica baixa a arrecadação. Consequência? Déficit recorde do Governo Central para o primeiro semestre em 2017.


Os de cima atacam o salário mínimo dos de baixo

A colunista Angela Bittencourt, do Valor, escreveu um artigo notável. Primeiro, diz que as eleições podem atrapalhar as reformas. Como se as reformas serem debatidas com a sociedade e legitimadas pelo povo no processo eleitoral fosse um empecilho, e não uma questão de democracia. Depois, abre aspas para o diretor de investimento de um conglomerado brasileiro, que diz que, além de aprovar as reformas, o Governo deveria rever a política de valorização do salário mínimo vinculada ao crescimento do PIB. Esta foi a principal política que possibilitou a diminuição da desigualdade e o aumento da participação da renda dos trabalhadores sobre o total da renda nacional na última década. E agora é um dos principais alvos de nossa elite econômica, que quer acabar com ela.


Precisamos lutar pela manutenção da política de valorização do salário mínimo. Reconhecendo inclusive que, para isso, será necessário desvincular o piso previdenciário do salário mínimo, mas garantindo a manutenção do poder de compra da aposentadoria, com correção pelo índice de inflação.


Projeto brasileiro na Antártida à míngua

O projeto brasileiro de pesquisa no continente antártico está à míngua e pode ter que ser interrompido. O geólogo gaúcho Jeffesron Cardia Simões, vice-presidente do centro em Cambridge mais importante da ciência antártica mundial, diz que “a pesquisa antártica brasileira está à beira do colapso”. Ele afirma que estudar a Antártida é tão importante para o sistema climático global como a Amazônia. O Brasil é um dos 59 países que fazem parte do Tratado Antártico, e um dos 29 com direito a voto sobre o futuro do continente gelado. Mas um dos artigos do tratado exige do participante atividade científica continuada na Antártida. E isso está ameaçado pela penúria nos investimentos.

Índios sofrem com tragédia do Rio Doce

Matéria do Valor da última semana mostra o drama dos índios da etnia Krenak, que vivem em Minas Gerais, às margens do Rio Doce. Depois da contaminação do rio pelo rompimento da barragem da mineradora Samacro, em 2015, os índios perderam aquela que era a fonte de sua subsistência. O rio era ponto de encontro das famílias e de brincadeiras com os filhos. Antes do desastre, os krenakes não só pescavam, nadavam e bebiam aruá do Rio Doce. Em suas margens, caçavam capivara e paca e colhiam plantas medicinais. O rio tinha ainda para os índios um caráter simbólico, associado a rituais antigos e místicos. Tudo isso acabou.



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